Virtual ou Real: faces da pós-modernidade
03/fev/2016Por Carlos Augusto B. Andrade
Olá pessoal, retomando os posts no Blog. O ano de 2015 foi muito corrido e sei que estou em falta, mas pretendo estar mais presente neste ano que se inicia. Em primeiro lugar, aproveito para desejar muito sucesso a todos e que, juntos, consigamos passar por todas as crises prognosticadas e saiamos ilesos, esperando que políticos cumpram seu papel de servidores da população e, efetivamente, trabalhem para o bem comum e não para o seu próprio.
Começo o ano falando de algo que não é novidade, mas recupero palavras de Paulo Freire que disse que o “óbvio” precisa ser dito para ser compreendido.
Há pouco tempo o “whatsapp” saiu do ar no Brasil e houve uma compulsão, que demonstrou que as pessoas estão muito ligadas à vida virtual e isso pode ser comprovado não só pela abstinência provocada por uma das maiores febres do relacionamento pós-moderno, como pode ser constato pelo que diz Araújo, ao afirmar que “a pós-modernidade nos apresenta novas configurações de sofrimento psíquico que se refletem em um sujeito imediatista, fragmentado, narcisista, desiludido, ansioso, hedonista, deprimido, embora também, informatizado, buscando independência, autonomia e defesa de seus interesses. Mas a supervalorização da independência e autonomia gera um individualismo, um egocentrismo, uma ênfase na subjetividade, sendo o outro apenas uma ferramenta para seus objetivos pessoais”.
Há duas questões que desejo compartilhar desse mal pós-moderno que ataca a civilização humana: a primeira é que o instrumento está virando senhor, ou seja, a tecnologia que deveria contribuir para melhorar as condições de vida das pessoas, vem, a cada dia, transformando-as em escravas desse mundo virtualizado, causando intrigas, dissoluções, traições e tantas outras questões que pelo simples fato de tudo ser realizado sem reflexão, sem ponderação, sem pensar em consequência acaba modificando comportamentos e alterando as relações humanas. A segunda, pauto-me em Pierre Levy que disse que o virtual não é o contrário do real, mas ele uma potencialização para o real. Podemos afirmar que muitas pessoas transformam o que fazem no meio virtual seja pela internet, ou pelos diversos apps à disposição para o celular, momentos de realidade, sentindo emoções que as levam a ilusão de que aquilo seria do mesmo jeito na vida real. Por isso, muitas patologias novas estão surgindo e merecem tratamento imediato.
Pense em como você utiliza essa tecnologia disponível. Ela é para você o instrumento ou a senhora? Consegue deixá-la de lado para uma boa conversa, ou um simples toque de uma mensagem chegando já faz com que você deixe a pessoa com que está conversando por alguns instantes para atender seu celular e ler suas mensagens?
A tecnologia é boa, o problema não está nela, mas naqueles que a utilizam e que não percebem que usando-a inadequadamente machucam a si mesmos e às pessoas que estão próximas.
Que tal começar o ano refletindo? Mudança de postura ajusta o caminho.
Grande abraço em todos.
Infelizmente ao que parece, a evolução e a atrofiação caminham lado a lado.
Muito bom o texto
Essas tecnologias transformam crianças em adultos e adultos em crianças. Vejo crianças postando e compartilhando mensagens do mundo adulto. E vejo adultos postando e compartilhando coisas que os tornam infantis. A tecnologia é muito boa mas devemos utilizá-la de uma maneira inteligente e adequada. Parabéns pelo post Prof. Carlos.
Ótimo texto, acho que você tem toda razão. Aqui e em casa tomei algumas medidas como proibir o uso do celular na hora das refeições. Um pequena medida que no inicio ninguém gostou, mas depois de um tempo concordaram que foi algo que fez bem a todos.
Acho que as pessoas passaram a confundir “ferramenta de apoio” com “máquinas de sobrevivência”.
Acho a tecnologia fantástica para auxilio na convivencia com os demais e absorção de conhecimento, mas isso não pode se tornar uma dependência.
Parabéns pelo “Paulo Freire” e muito parabéns pelo artigo!
Parabéns pela matéria
Pedro Paulo
http://e-jogosonline.com
Interessante o ponto de vista. Penso muito como você.
Parabéns pelo artigo!
Obrigado pela dica. Eu também concordo Alessandro, Acho que as pessoas passaram a confundir “ferramenta de apoio” com “máquinas de sobrevivência”.
Hoje as pessoas estão dependendo demais da tecnologia para viver e esquecem do mundo real, muitas vezes. No futuro isso pode sair do controle, digo, sair mesmo, como computadores tão potentes que pensaram tudo por nós, isso é bem possível, dado a dependência atual que vivemos do mundo virtual.
Belo artigo , consegui filtrar bastante coisa.
bom o artigo